Pandemia por Covid-19: Reflexões espirituais

Pandemia por Covid-19: Reflexões espirituais

“É fato constatável de que uma boa saúde mental exerce influência positiva sobre todas as doenças”

Por definição, a espécie humana é gregária, condição que, para evoluir moral e intelectualmente, necessita viver em sociedade, não isoladamente. É essa vida de relação que caracteriza a comunicação humana, entendida, portanto, como uma lei da Natureza. O cerceamento da liberdade de ir e vir poderá produzir distúrbios emocionais e psicológicos de diferentes gradações.

Uma coisa é o isolamento social voluntário, outra bem diferente é o isolamento obrigatório, tal como acontece em situações de exceção, como durante as guerras e a instalação de doenças, sobretudo as de natureza infecto-contagiosas.  Neste sentido, as enfermidades transmissíveis impõem o isolamento social, às vezes de forma severa, em razão do elevadíssimo poder transmissor e infectante do microrganismo que provoca a doença. É o que acontece atualmente com a pandemia de Covid-19, que devido ao elevado poder transmissor e infectante atingiu toda a Terra, em brevíssimo espaço de tempo.

As enfermidades, independentemente do tipo e grau, afetam de alguma forma a vida mental do indivíduo. E saúde mental abalada atinge, a curto, médio ou longo prazos o corpo físico, em razão dos processos de somatizações. Por outro lado, é fato constatável de que uma boa saúde mental exerce influência positiva sobre todas as doenças. Assim, enquanto a cobertura vacinal não alcança a todos, é importante preservar a harmonia íntima, suportando o isolamento como um desafio a ser superado.

É necessário seguir os cuidados higiênico-sanitários, usar máscaras que evitam ou minimizam o contágio, fugir de aglomerações, dedicando-se mais aos contatos virtuais que podem oferecer valiosos aprendizados. Atividades físicas são recomendadas, em especial aquelas que conduzem à harmonização do Espírito — tipo yoga, meditação, preces, irradiações mentais positivas, tao chi chuan —, assim como a busca pela espiritualização, pela prática do bem etc.

O benfeitor espiritual Emmanuel ensina, a propósito: “Cultivar melindres e desgostos, irritação e mágoa é o mesmo que semear espinheiros magnéticos e adubá-los no solo emotivo de nossa existência, é intoxicar, por conta própria, a tessitura da vestimenta corpórea, estragando os centros de nossa vida profunda e arrasando, consequentemente, sangue e nervos, glândulas e vísceras do corpo que a Divina Providência nos concede entre os homens, com vistas ao desenvolvimento de nossas faculdades para a Vida Eterna. Guardemos, assim, compreensão e paciência, bondade infatigável e tolerância construtiva em todos os passos da senda, porque somente ao preço de nossa incessante renovação mental para o bem, com o apoio do estudo nobre e do serviço constante, é que superaremos o domínio da enfermidade. […].”

Marta Antunes Moura

Vice-presidente da Federação Espírita Brasileira

Coordenadora das Comissões Regionais na área da Mediunidade

Escritora de livros espíritas.