O fenômeno Juliette
Entenda o que foi ajuda do marketing e o que foi 100% Juliette Freire.
O mais incrível do fenômeno Juliette Freire foi o quão cedo ele começou. Foram duas semaninhas na casa e pronto: a paraibana já era praticamente finalista.
Como alguém consegue se lançar tão rápido para o pódio do reality mais assistido no Brasil? Ou como os críticos perguntam: “quem ajudou Juliette a chegar aonde ela chegou?”
Hoje vamos falar sobre isso e entender a estratégia de marketing por trás do sucesso da nossa menina de ouro. Também vamos fazer uma distinção muito importante: o que foi ajuda do marketing e o que foi 100% Juliette Freire.
Nós somos a Juliette
Acredite: antes do BBB 21 o Brasil era diferente. As pessoas se reuniram na frente da TV aguardando uma catarse para os seus próprios sentimentos. Claro, não todo mundo, mas eu mesmo depositei na Juliette todas as minhas frustrações pandêmicas. Ver ela sofrer com as pessoas que a manipulavam me dava uma gana de vê-la saindo dessa, emergindo vitoriosa de tantos problemas.
O Brasil era diferente antes do BBB 21 porque não tínhamos esse veículo de expressão de emoções. Foi ele que levou Juliette ao topo. Não aceitar as injustiças contra a paraibana arretada, no auge da sua brasilidade, foi o mesmo que não aceitá-las contra nós.
Cada injustiça contra Juliette a deixava mais forte aqui fora, para o desespero dos seus detratores, que nem imaginavam que ela já estava praticamente na final desde as primeiras semanas. Todos os esforços para tirá-la da casa fracassavam e ninguém conseguia sequer imaginar por quê.
No fim das contas, Juliette ganhou sem que ninguém da casa entendesse o motivo. O próprio Gil só saiu porque calculou errado e “deu” a liderança para o Fiuk, crente que iria com ele para final. Não foi.
As pessoas não a escutavam. Não a levavam a sério, inventavam histórias terríveis sobre ela e a tinham como uma jogadora fraca. O nome disso é injustiça. E se tem algo que nosso povo não aceita é ver pessoas sendo injustiçadas.
O marketing da Juliette a levou mais longe?
Em poucas palavras, ou melhor, só uma: sim.
O marketing da Juliette, encabeçado por Huayna Tejo e Maria Tereza Falcão, publicitários de carreira, a alavancou para o resultado incrível que ela teve ao longo do jogo. Ela saiu de pouco mais de 3 mil seguidores para 24 milhões, e com uma taxa de engajamento de 7,6% – segundo o mLabs, plataforma de agendamento de mídias sociais.
Essa taxa é praticamente 7 vezes mais do que a da Anitta (1,7%) e da rainha das rainhas, a Beyoncé (1,2%).
O conteúdo em si a levou muito longe, mas o preparo de um bom calendário editorial, pensado e discutido com toda a equipe (que contou com mais de 20 pessoas envolvidas), foi a chave para o sucesso.
Muito além de postar sobre o que acontecia na casa, o marketing da Juliette incorporou tradições do nordeste, a história de luta, amor à família e ajudou a corroborar a narrativa de uma pessoa boa sendo injustiçada dentro de um reality extremamente estressante.
Foi o marketing estilo Manu Gavassi, no BBB 20, mas com um toque diferente. Ano passado, a paulista conseguiu sincronizar seu storytelling no Instagram com as coisas que aconteciam na casa, algo revolucionário. Mas com Juliette foi diferente. A paraibana precisava de algo mais orgânico, mais próximo e menos performático.
O resultado foi uma mistura bem brasileira. O conteúdo divertido casou perfeitamente com vídeos da casa e a movimentação dos Cactos, sua torcida, criando uma frente de conteúdo para cada tipo de fã. Os mais engajados se sentiam representados pelos Cactos, os mais diretos ao ponto gostavam de entender o que se passava na casa, e os “fãs de fim de semana” tinham todo tipo de conteúdo divertido para se engajarem.
Esse marketing bem preparado, extremamente próximo e que convidava o engajamento foi um dos ingredientes do sucesso da Juliette. Mas ainda teve outro tão importante quanto, senão mais.
O ingrediente secreto é a Juliette
Quando você avalia a possibilidade de começar uma ação de marketing, o primeiro ponto que você precisa analisar é o produto. Ele tem diferenciais competitivos? Ele é bom?
Essa analogia ajuda a explicar o fenômeno Juliette muito bem. Além de uma ótima equipe de marketing, todo mundo envolvido também estava plenamente ciente de que estavam fazendo uma campanha campeã para uma campeã.
No fim, o que realmente conta são as ações da própria Ju. Além de divertida, verdadeira e amorosa – características extremamente valorizadas pelos brasileiros – ela ainda assumiu o manto de lutadora e injustiçada. A receita já estava dada. Foi a própria Juliette, com a sua personalidade e sua força no programa, que chegou ao pódio.
O marketing, no fim, é isso: levar algo que naturalmente já vai ter destaque ao maior número possível de pessoas. Não existem milagres, não é possível um bom trabalho de marketing fazer um campeão.
A missão do marketing é unir as qualidades da pessoa/produto a uma ótima estratégia. É criar todo um ecossistema para garantir longevidade ao sucesso.
Sem isso, sem esse estímulo constante, oportunidades são perdidas. A Juliette e sua atuação no programa foram as responsáveis pelo pódio e o prêmio de um milhão e meio. Mas seu marketing garantiu o cenário propício aqui fora. Ele transformou esse milhão em outros dez menos de um mês antes do programa ter acabado.
E vários outros milhões vão vir. E nós comemoramos junto com a nossa mais nova rainha.
Head de Conteúdo na Cubo Amarelo
Trabalha com marketing digital, como redator e acompanhando as tendências do mercado sempre de perto
Tem uma paixão especial por televisão, mais ainda pelas propagandas, ações e campanhas dos fornecedores dentro de um programa.
Hoje, atua na gerência de uma equipe, criando blogs competitivos e que trazem milhares de visitas aos sites dos clientes todo mês.
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Mas que texto mais doido, gente.