O 4º mandato do Prefeito Odelmo Leão
Prefeito respondeu perguntas feitas pela Revista Soberana sobre o mandato e medidas tomadas contra a Covid-19 em Uberlândia
Eleito pela quarta vez para a Prefeitura de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, com 70% dos votos, Odelmo Leão (PP), se destaca pela preferência dos eleitores uberlandenses. A Revista Soberana conversou com o prefeito que respondeu as perguntas da nossa equipe sobre diversos assuntos de interesse público, como os planos para este mandato nas áreas da educação, saúde, economia, a pandemia da Covid-19 e as diversas decisões que foram tomadas para combater o vírus e ao mesmo tempo manter a estabilidade da economia da cidade. Confira a entrevista:
Revista Soberana: Sabemos que já é seu 4º mandato reeleito em 2020 com mais de 70% dos votos. Qual a sua análise em relação a esses 4 anos no que se diz respeito à evolução e ao crescimento da cidade de Uberlândia?
Odelmo Leão: Como não podia deixar de ser, os últimos quatro anos foram de muito trabalho, muitos desafios que, claro, assumimos com muita seriedade e compromisso com a população. Quando retornamos à frente da Prefeitura de Uberlândia, em 2017, constatamos que era preciso recuperar a cidade e retomar a credibilidade do Município junto ao ambiente de negócios e à população como um todo. Portanto, colocamos a casa em ordem, regularizando as contas da Prefeitura e desenvolvemos programas para reestruturação da cidade em todos os setores, com prioridade às áreas essenciais, como Saúde, Educação, Social e Infraestrutura.
Não é atoa que focamos na solução de gargalos viários por meio do programa Uberlândia Integrada, no qual mais de R$ 140 milhões estão sendo investidos no aprimoramento da mobilidade urbana, com obras de duplicação de vias, construção de pontes, viadutos, entre outros, pela cidade. Destaco também a construção da terceira estação de captação e tratamento de água local, a ETA Capim Branco, que é uma das maiores obras de saneamento básico no Brasil e já está em fase de testes para funcionamento definitivo. Em outra frente, trabalhamos fortemente pela facilitação dos processos na Prefeitura, modernizando os atendimentos com uso de recursos virtuais e diminuindo a burocracia.
Vejo que essas e todas as outras ações que implementamos ajudaram Uberlândia a se fortalecer. E um exemplo desse fortalecimento é que, como polo do Triângulo Mineiro, a cidade atraiu de 2017 até o momento, quase R$ 3 bilhões de investimentos privados de pequeno a grande porte em diversas áreas. Isso, mesmo com a crise, que foi ainda mais agravada com a chegada da pandemia.
R.V: Quais têm sido as maiores dificuldades na administração do problema mundial na área da saúde com o surgimento da pandemia da Covid-19? (foto de Uberlândia)
O.L: A pandemia trouxe um desafio que é mundial, pois não vivemos isolados, que é o de encontrar um equilíbrio entre o cuidado com a saúde e a atenção com a economia. Logo que soubemos dos riscos da doença, mobilizamos toda a nossa energia e recursos para buscar soluções que melhor atendessem a população, com foco em preservar o maior número possível de vidas e garantir um atendimento digno a todos que nos procurassem. Nesse contexto, criamos o Comitê Municipal de Enfrentamento à Covid-19, com todos os segmentos da sociedade. Desde então, nosso trabalho de combate à disseminação do vírus e suporte aos moradores tem sido pautado pelas discussões conjuntas, com o apoio de dados estatísticos e científicos, que promovemos junto ao comitê.
Seguimos trabalhando com o mesmo afinco dos últimos quatro anos. Com ou sem pandemia, sempre consideramos a saúde como uma prioridade e entramos no primeiro dia de 2021 sem arrefecer nos esforços para vencermos a pandemia. Os desafios, como você deve imaginar, não têm sido poucos, sobretudo, no enfrentamento à um novo vírus que ainda é pouco conhecido. Tivemos de adotar medidas ingratas e severas para salvar vidas em vários momentos, principalmente durante a segunda onda. São ações que deram resultado, controlando a transmissão na cidade. Importante ressaltar que eu não trabalho sob pressão. Meu trabalho é de coerência e de saber que estou promovendo o melhor.
Começamos o ano com a boa notícia do início da vacinação, na esperança de imunizar nosso povo contra a Covid-19, que é o único caminho para superarmos o atual cenário. Conforme recebemos as doses do Ministério da Saúde, realizamos verdadeiros mutirões para acelerar o processo, e mais de 100 mil pessoas já foram vacinados em Uberlândia.
Enquanto isso, estamos ainda nos esforços para poder adquirir doses pelo Município no intuito de acelerar ainda mais a imunização. Prova disso é que aderimos consórcio entre prefeituras para compra de vacinas, preparando a cidade para o momento em que houver autorização federal para que esse tipo de aquisição possa ser realizada pelos municípios.
Além disso, desde março de 2020, investimos R$ 130 milhões para a contratação de 934 novos profissionais de saúde para atuar neste enfrentamento em todas as áreas, e abertura de 610 leitos de enfermaria e UTI (ampliando para 927 disponíveis no geral) para tratamento da doença causada pelo novo vírus. Isso tudo com abertura de um hospital novo (anexo Hospital Municipal, antigo Santa Catarina) e do Centro de Internação Municipal (na Casa da Fraternidade São Francisco de Assis, popularmente conhecido como Dr. Hansen).
Só neste ano, também aumentamos a capacidade dos tanques de oxigênio das unidades de saúde municipais e colocamos 600 novos pontos de oxigênio nesses espaços. E ainda, entre outras ações, o morador de Uberlândia conta com o serviço de atendimento médico on-line, o Médico Virtual, o que é outro avanço para facilitar e agilizar o acesso ao setor.
A nossa política voltada para a saúde é bastante ampla e dinâmica.
R.V: Falando em Economia, sabemos que a pandemia afetou a cidade de Uberlândia. Quais serão as medidas a serem tomadas e quanto tempo considera necessário para que os números avancem de forma positiva?
O nosso trabalho é constante e não para. A nossa gestão frente à Prefeitura de Uberlândia sempre procurou olhar com atenção para todos os setores da sociedade. Especificamente para o empresariado. Nestes últimos quatro anos, buscamos fortalecer políticas que apoiassem desde o micro e pequeno empreendedor até as grandes indústrias, atraindo investimentos para a nossa cidade ao mesmo tempo em que apoiamos o crescimento de quem já está aqui.
Apesar dos inúmeros desafios impostos pela pandemia, mantivemos nossa política de estímulo ao ambiente de negócios, tanto que, desde 2017, a cidade já recebeu quase R$3 bilhões em investimentos de empresas de pequeno a grande porte, quanto de for a, quanto já estabelecidas aqui. Em 2020, 3.053 novos postos de trabalho foram abertos, segundo o Caged do Ministério da Economia. Já nos dois primeiros meses de 2021, foram 5.636 novos postos, o que colocou Uberlândia entre as 10 cidades que mais geraram empregos no Brasil neste início de ano.
Estamos seguindo com os investimentos em mobilidade urbana e teremos o Uberlândia Integrada III, que é um jeito do Município fazer a sua parte, ajudando a movimentar a economia. Estamos conduzindo pesquisas sobre o pó de basalto, que é um remineralizador de solo abundante em nossa cidade e pode promover a terceira revolução agrária do nosso país. Em breve, vamos inaugurar o Polo Tecnológico Sul – o primeiro loteamento empresarial público da cidade, voltado para empresas de base tecnológica e cujas obras de infraestrutura estão em fase de conclusão. Estamos trabalhando também na implementação de um espaço público de coworking, com cursos para os empreendedores de pequeno e médio porte. Além disso, vamos oferecer mais capacitações para as pessoas que buscam emprego. Também vamos continuar a modernização do serviço público para que o Município sempre seja um facilitador para todos, inclusive, os empresários.
R.V: Educação é outra área que foi bem afetada em 2020. Referente à este tema, como são avaliados os avanços, retrocessos e quais são os planos para 2021 para a cidade de Uberlândia?
O.L: Desde o início da pandemia, nós buscamos meios de garantir, tanto a oferta de um ensino de qualidade aos alunos da Rede Municipal de Educação, quanto a segurança dos estudantes e profissionais do setor. Promovemos aulas remotas e pela TV aberta, disponibilizamos materiais educacionais impressos e levamos até a casa dos estudantes kits alimentação com produtos que seriam utilizados na merenda.
Além das reformas e obras em andamento para beneficiar as escolas, os prédios do setor passaram por adequações. Quando for considerado seguro retornarmos em ensino presencial ou híbrido, a estrutura já estará preparada.
Eu ressalto que as decisões são norteadas pelas discussões conjuntas do Comitê de Enfrentamento à Covid-19, pelas diretrizes do Ministério da Educação e em consonância com o próprio setor. Não podemos deixar de proteger a saúde de colaboradores e alunos, mas também não nos isentamos em manter um planejamento para superarmos as consequências de não termos o ensino presencial e não descartamos um cronograma de aulas para uma reposição de dois anos escolares em um. A nossa missão continuará sendo, se possível, fazer 2 anos em 1.
R.V: As empresas em Uberlândia têm sofrido grandes impactos negativos, muitas tiveram que fechar as portas e outras tiveram grandes prejuízos. Na sua opinião, qual o momento de voltar a empreender em Uberlândia?
O.L: Esse é um momento que exige a presença de todos nós, pois vamos enfrentar grandes desafios na economia, maiores que os vistos até aqui. A nossa parte estamos fazendo, mas Uberlândia não é isolada do resto do país e do mundo. Precisamos continuar não subestimando o vírus: cada pessoa é parte da solução deste problema. Ainda assim, aqueles que querem empreender, apesar dos desafios, aqui encontram um Município facilitador e moderno, pronto para auxiliar para que o negócio possa gerar emprego e renda o mais rápido possível.
R.V: O que a população deve esperar em Uberlândia nos próximos 4 anos? Quais são os planos de desenvolvimento da cidade a curto, médio e longo prazo?
O.L: Muito trabalho e responsabilidade. São prioridades na minha gestão: a educação, saúde, área social e manter investimentos importantes, que já vínhamos fazendo, em drenagem e mobilidade urbana. Sabemos que 2021 ainda é um ano de muitos desafios. Temos uma pandemia que persiste e muitas coisas dependem de como o cenário econômico nacional vai se comportar.
No curto prazo, é claro, superarmos os desafios impostos pela pandemia de Covid-19. Paralelo a isso, temos outras prioridades, como eu disse anteriormente, dentro da própria saúde, educação, área social, drenagem e mobilidade urbana, que não podemos deixar de lado. Além disso, vamos colocar em funcionamento, em breve, o terceiro sistema de captação e tratamento de água: a Capim Branco, que hoje é uma das maiores obras de saneamento do Brasil. Poderemos prover água tratada para até 1,5 milhão de habitantes logo. Estamos conduzindo ainda estudos sobre o pó de basalto, que é uma rocha de origem vulcânica e rica em minerais. É uma promessa para o agronegócio nacional, inclusive. Temos a expectativa de concluir os estudos até setembro deste ano, mas os resultados preliminares já apontam para o grande potencial de recuperação de solos, reduzindo a importação de produtos usados na fabricação do adubo NPK e a necessidade de uso de defensivos agrícolas. Sob o solo de Uberlândia, temos 16 mil hectares de basalto, um recurso sustentável bastante promissor para a nossa economia e a qualidade da produção de alimentos em nosso país.
R.V: Percebemos que Uberlândia tem inúmeras obras em andamento. Podemos atribuir essas melhorias também a seu sucesso na reeleição?
O.L: Os investimentos que temos feito na infraestrutura de Uberlândia são apenas um aspecto do nosso trabalho, que lá em 2017, foi planejado com um objetivo muito importante: recuperar a cidade e retomar a credibilidade de Uberlândia frente à população e aos investidores, com foco na melhoria das condições de vida, gerando emprego e renda.
Eu acredito que foi esse compromisso e os resultados que vieram com ele que fizeram com que a população me desse mais uma vez esse voto de confiança. Eu quero aproveitar o espaço para, mais uma vez, agradecer esse apoio que, assim como fiz em todos esses anos de vida, vou continuar honrando.
R.V: Deixe uma mensagem de otimismo para a sociedade de Uberlândia.
O.L: Acredito muito que a vida é constituída pelo trabalho e que é preciso valorizar todo esforço que esteja voltado para o bem comum, que neste caso, é o bem do povo de Uberlândia. Esse é o princípio que tem norteado toda a minha vida pessoal e pública, desde a época do Sindicato Rural, passando pelo Congresso Nacional, pelo Governo de Minas como secretário de Estado, e todas as gestões em que estive à frente da Prefeitura de Uberlândia.
Os desafios sempre foram muitos e agora, não será diferente, mas, com a união e ajuda de todos, vamos vencer tudo isso.
Alinne Sousa
Jornalista formada na Universidade Estácio de Sá – RJ