Grau de eficiência das máscaras de proteção
“As máscaras com proteção respiratória, também chamadas de Peça Facial Filtrante (PFF), são dispositivos com filtro para aerossóis, que cobrem a boca, nariz e queixo”
A Covid-19 é uma doença que foi classificada em março de 2020 como uma pandemia mundial. Surgiu no final de 2019 e início de 2020, na cidade de Wuhan (China), causada pelo novo coronavírus, nomeado como SARS-CoV-2. Posteriormente, foram identificadas novas variantes, sendo a encontrada, inicialmente em Manaus-AM, de bastante relevância epidemiológica.
Trata-se de um patógeno de alta transmissibilidade, e letalidade variável de acordo com as condições de saúde dos infectados e do sistema de saúde do país. A transmissão do vírus ocorre pelo contato entre pessoas por meio de gotículas respiratórias expelidas durante a fala, tosse e espirro e ainda pelo contato indireto com superfícies contaminadas.
Uma das medidas farmacológicas no combate a pandemia é a vacina, que é produzida por diferentes laboratórios, com diferentes constituições. Os países estão realizando a vacinação por grupos específicos, sendo os profissionais da saúde os primeiros a serem imunizados, por estarem na linha de frente no atendimento aos pacientes com diagnóstico confirmado ou suspeito de Covid-19. Porém, mesmo tendo recebido as devidas doses dos imunobiológicos esses trabalhadores continuam com a necessidade de se protegerem com os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) necessários.
De acordo com o tipo de cuidado prestado devem ser seguidas as precauções de contato e gotículas, e quando realizado procedimentos que causam a liberação de aerossóis (partículas menores que 5 micras) devem ser seguidas as precauções para tal, com uso de avental impermeável de mangas longas, luvas, gorro e máscaras com proteção respiratória.
As máscaras com proteção respiratória, também chamadas de Peça Facial Filtrante (PFF), são dispositivos com filtro para aerossóis, que cobrem a boca, nariz e queixo do usuário, devem ser mantidas firmes em correta posição na face por meio do tirante, constituído de material robusto, que permita tirar e colocar com facilidade.
Existem três fatores principais necessários para que uma máscara com proteção respiratória seja eficaz. São eles: a adequada colocação pelo usuário, vedar totalmente a troca de ar entre o profissional e meio externo, e o filtro da máscara deve capturar no mínimo 94% das partículas do ar que passam através dele.
O nível de penetração e resistência à respiração da máscara, são classificadas em PFF1, PFF2 e PFF3, com penetração máxima de aerossol de 20%, 6% e 1%, respectivamente. Existem também os modelos N95 com filtragem de 95%. Vale ressaltar que as PFF1 não são recomendadas para uso dos profissionais de saúde.
É importante destacar que, independentemente, do tipo de filtro máscaras com válvula de expiração não são recomendadas como EPI para os profissionais de saúde contra o SARS-CoV-2, pois o ar expirado é liberado diretamente no ambiente sem nenhum tipo de filtração, o que pode favorecer a disseminação do coronavírus.
Os Centers for Disease Control and Prevention (CDC) e a Anvisa recomendam que as máscaras com proteção respiratória que apresentarem sujidades com matérias orgânicas, maquiagem, rasgos, descolamento do clipe nasal e falhas no tirante devem ser desprezadas, pois não estão aptas para protegerem os usuários.
Por se tratar de uma pandemia mundial, muitas instituições de saúde enfrentam dificuldades para disponibilizar os EPI necessários, dessa forma, diante da escassez as máscaras com proteção respiratória devem ser priorizadas para os profissionais de saúde em atendimento aos pacientes contaminados pela Covid-19, ou outras doenças que causam contaminação por aerossóis (Ex.: tuberculose).
A comunidade em geral, mesmo as pessoas que já foram imunizadas, devem se proteger com os outros tipos de máscaras (manufaturadas ou cirúrgicas), adequadamente colocadas na face, cobrindo todo o nariz e a boca, e evitar tocá-las, bem como evitar tocar a boca, nariz e olhos. Pois, as máscaras sem filtro para aerossóis são eficazes na proteção de gotículas (expelidas durante a fala), e assim é possível evitar a contaminação das pessoas e superfícies.
É de extrema relevância ressaltar que as medidas protetivas, como o uso da máscara, o distanciamento social, a higiene constante das mãos e permanecer em casa se possível, devem continuar para mitigar recursos, desacelerar a propagação da pandemia e salvar vidas.
Daniela Galdino Costa
Doutoranda em Enfermagem Fundamental pela Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (USP)
Mestre em Atenção à Saúde pela UFTM
Especialista em UTI Adulto
Graduada em Enfermagem pela UFU
Enfermeira do Centro de Material e Esterilização do Hospital de Clínicas da UFTM
Texto sob supervisão de Adamo Ferreira Gomes do Monte
Pós-doutorado em Física pela Universidade de Sheffield (Inglaterra) e Universidade da Califórnia (Irvine)
Professor da Universidade Federal de Uberlândia.