O Brasil se rendeu aos versos de Samuel Rosa ainda nos anos 90, quando a banda mineira Skank deu os seus primeiros passos. De lá pra cá, o cantor e o grupo construíram uma bagagem grande de sucessos na música nacional e se tornaram ícones do rock brasileiro. No entanto, em entrevista à curadora e pesquisadora Fabiane Pereira, no programa Papo de Música, o artista confessa: “Eu não me considero roqueiro”. A conversa foi ao ar no canal de YouTube da atração semanal (acesse aqui).
Parte de uma geração de músicos que ele considera “mais democrática”, o cantor e compositor enxerga um desgaste na cena. “O rock se tornou aquilo que ele combatia. Deixou de ser o lugar de transgressão, ou de ter isso como pilar, há muitos anos”, justifica Samuel Rosa sobre não se identificar com o rótulo de roqueiro.
“Se você falar que o Skank é uma banda de rock, eu digo ‘não’. Mas o Skank faz rock brasileiro, que é o que o Gilberto Gil faz, é o que o Mutantes fez”, complementa. E crava: “Rock não é algo parado. É uma categoria em movimento. Então, quando eu vejo o rock indo para esse lado conservador, eu digo ‘eu não quero estar nessa prateleira de algo estagnado, dogmático'”.
Falando sobre movimento, inclusive, o mineiro comenta o motivo de o Skank ter anunciado o encerramento das atividades (Samuel investirá na carreira-solo). “O Skank já tem o jogo ganho. E pra gente, que trabalha com criatividade, isso nos dificulta. O monótono, o cotidiano, ele de, certa forma, te conforta, mas ele também te mata aos pouquinhos, te sufoca… Isso é em tudo na vida”, analisa. “A banda encerrou um ciclo, já mostrou a que veio e não dá, agora, para a gente ficar só em cima do que foi criado”, conclui.
A passagem de Samuel Rosa pelo Papo de Música sucede a participação de Joelma (assista aqui) e de Marcelo D2 (assista aqui). Depois do músico mineiro, a cantora Mônica Salmaso é a convidada de Fabiane Pereira, no dia 25 de maio.