A pandemia de Covid-19 afetou diretamente diversas famílias, que perderam a fonte de renda. Um dos setores que mais sofre é o de eventos. De acordo com o presidente da Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (Abrape), Doreni Caramori Júnior, mais de 350 mil eventos deixaram de ser realizados em 2020 por conta do coronavírus. Em Uberlândia não foi diferente e os artistas precisaram buscar outras alternativas para garantir o dinheiro no final do mês.
O cantor uberlandense Diano Ilha continuou fazendo o que sabe fazer de melhor: música. Antes da pandemia, ele recebia cachês para tocar em festas. Ao perceber a paralisação desse tipo de serviço, ele se preocupou e procurou alternativas, pois é responsável, junto com a esposa, pelo sustento da família. O músico optou por continuar trabalhando no ramo musical e produziu um EP autoral chamado Calmaria. “Sendo eu músico em um país onde a arte sempre foi muito desvalorizada, os anos foram passando e os cachês permanecendo os mesmos. A grande maioria das pessoas valorizam somente os trabalhos que estão na grande mídia. Quando a pandemia começou, eu já estava finalizando o Calmaria, buscando formas de conseguir renda. Então, foi quando Deus me mostrou o caminho e eu consegui unir o útil ao agradável”, contou.
Diano chegou a lançar dois EPs autorais e dois de covers durante a pandemia. Os que têm canções do artista são Resistência e Calmaria. “A inspiração pra compor vêm de tudo… no que vejo, sinto, penso. Aí existe uma necessidade imensa de botar isso de dentro para fora, da forma mais sincera e espontânea possível, passando assim a minha verdade”, explica o cantor.
Em uma pesquisa divulgada recentemente pela Universidade da Califórnia, foi revelado que ouvir música desperta vários sentimentos em quem escuta. Caso a letra e a melodia sejam positivas, pode causar felicidade, ânimo, paz. Por isso, os artistas continuarem fazendo música é de extrema importância. Mesmo sem eventos, as canções precisam permanecer sendo feitas para tranquilizar e trazer relaxamento ao público. E são esses sentimentos positivos que Diano busca levar para o público. Em um dos trechos da música tema do último EP, o músico diz: “depois que me deparei com as formas de um jardim, deixei o tempo ficar parado um pouco para recomeçar sem pressa. Na varanda pude ver, aqui o meu coração tem vontade de bater nessa calmaria (…) Para que correr se podemos caminhar?”.
De acordo com dados da Abrape, o setor de eventos já deixou de faturar pelo menos R$90 bilhões após quase um ano parado. “Nesse momento, nós somos o setor vulnerável da economia e se nada for feito, certamente a gente vai ser responsável por um desemprego enorme e por outras cadeias que são ligadas com a gente e que vão perder todo esse faturamento”, disse Doreni. Na tentativa de ir na contramão das estatísticas, Diano segue fazendo o trabalho que ama e incentivando as pessoas a buscar conforto na arte. Os resultados são vistos nos feedbacks, “me deixa absurdamente feliz ver como as pessoas estão se identificando com o meu trabalho, é uma coisa incrível e mostra que estou no caminho certo, isso acaba sendo um combustível para novas ideias. Só cresce a vontade de que tudo isso passe logo para haver essa troca maravilhosa nos palcos”, afirma.
O último EP lançado por Diano, Calmaria, conta com cinco músicas, que ele disponibiliza digitalmente para quem deseja comprar. Além da canção tema do álbum, Além Daqui também promete fazer sucesso pela batida leve e a letra contagiante. “Levanta a cabeça e brindemos a vida. A vida que é bonita”, canta Dino em um dos trechos da canção.
Conheça o cantor Diano Ilha
O cantor uberlandense descobriu o amor pela música por meio da família em 1999. “O interesse veio bem cedo, através do meu pai tocando nas rodas de violão que aconteciam em família. Rolava uma energia bem bacana, me tocava de uma forma diferente. A vontade de aprender os primeiros acordes foi no ano de 1999, inclusive, foi ele quem me ensinou”, contou Diano.
O músico começou a trabalhar na área em 2004 com a banda Invasão Dinâmika, com quem apresentou as primeiras canções autorais. Em 2007, Diano foi convidado por um amigo, Gabriel Serafim, para fazer parte da banda Dissidente. Ele participou de grandes festivais nacionais ao lado desse grupo, como Jambolada, Marreco Festival, Udi Rock, Volume. Enquanto estava na banda, ele também participou do projeto “DVD Selo Uberlândia”, realizado pela prefeitura da cidade, e gravou o disco À Deriva. Em 2013, Diano integrou o grupo Mata Leão e fez diversas apresentações em Uberlândia e região.
Logo depois, o cantor começou a compor músicas para o primeiro álbum solo, que foi lançado em 2014 com o título de Amarrotado, em parceria com o poeta Gabriel Serafim. Após o lançamento, o artista começou a tocar em bares e eventos do Triângulo Mineiro e região. Ele canta ao lado do guitarrista Werner Samuel, do baixista Tiago Bessa e do baterista Lucas Pereira. Diano, junto com os parceiros, conquistou 3º lugar no Concurso de Banda Minas Music em julho de 2017.
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muito conteúdo de valor parabéns nota 10 gostei muito.