Tecnologia na Educação e o Coronavírus
A pandemia causada pelo novo coronavírus trouxe um desafio aos agentes de educação do mundo inteiro. Alunos e professores em casa, escolas fechadas e o uso maciço de tecnologia para aproximar as pessoas. A Diretora de Educação da Microsoft Brasil, Vera Cabral disse que “a pandemia nos jogou em um rio de água gelada e tivemos que sair nadando de qualquer jeito. Perturbou a economia e a vida social como um todo e gerou um maior entendimento dos problemas que vivenciamos.”
É certo que a educação nunca será a mesma após a pandemia. E o fato desse acesso à tecnologia ter sido acelerado deve ser utilizado a favor do processo educativo. O Ensino Híbrido, onde aquelas atividades essencialmente teóricas poderão continuar a ser desenvolvidos de forma remota, mesclados com uma prática efetiva de forma presencial, já é uma discussão real entre todos os agentes da educação. A aplicabilidade desse modelo nos diversos níveis de educação, do básico ao superior é que deve ser dosado de forma a conseguir um resultado efetivo. Necessário, no entanto, é entender quais os problemas e soluções para acesso à tecnologia, de modo que isso não agrave a evasão escolar, grande desafio da educação. Temos vários agentes nesse processo, sendo que as escolas devem buscar as melhores ferramentas para que professores e alunos possam estar confortáveis e consigam interagir de forma simples no ambiente virtual.
Precisam proporcionar treinamento a esses docentes para que possa utilizar esse aparato tecnológico como aliado na missão de educar e não uma barreira. Os professores devem estar motivados por esse momento de descoberta de novas formas de transmitir o conhecimento e prontos para romper velhos paradigmas. E ainda, como destinatários de todos esses processos, temos os alunos, para os quais temos desafios que devem ser vencidos, sendo necessário:
a) facilitar o acesso às ferramentas tecnológicas disponíveis, principalmente para alunos de baixa renda;
b) desenvolver a capacidade de realizar estudos independentes, estabelecendo disciplina e responsabilidade, criando o hábito tecnológico;
c) buscar ambientes amigáveis e motivadores, utilizando técnicas de gamificação, inteligência artificial;
d) cuidar da saúde psicológica.
A grande questão inicial da utilização da tecnologia como ferramenta de educação é não a torná-la um produto excludente, onde os mais abastados e com mais acesso à tecnologia sejam privilegiados em detrimento daqueles que tem poucos recursos.
Cabe aos educadores e a própria indústria da tecnologia encontrar soluções para essa equação. O uso adequado e estruturado da tecnologia, quando aliado ao trabalho docente, pode impulsionar a aprendizagem dos alunos. Vamos em busca do equilíbrio.
Prof. Marco Antônio Socreppa – Mestre em Administração de Empresas na UNITRI, com módulo cursado na Saint Louis University em Chicago; Especialista em gestão de qualidade e custos