“Ser otimista é melhor para a saúde do coração”
O ano de 2020 vai entrar para a história como o ano que mudou os rumos da humanidade. Após uma pandemia global, nos descobrimos frágeis e dependentes e entendemos que os países são intimamente ligados. Nós precisamos uns dos outros e ninguém está imune as catástrofes e acidentes naturais.
Durante a pandemia vimos as pessoas adoecerem, não só pelo COVID, mas pelo estresse e pela alteração do ritmo saudável de vida. O estresse é o 4º maior fator de risco para infarto no país, perdendo apenas para o colesterol alto, cigarro e hipertensão. Estimativas feitas pelo Ministério da Saúde avaliam que 30% das mortes no Brasil são causadas por doenças cardiovasculares e o estresse é apontado como uma das principais causas de infarto e Acidente Vascular Cerebral.
Algumas reflexões se tornam necessárias: A educação, enfim, vai se reinventar? Quais são as habilidades que lideranças devem ter? Vamos abraçar de vez a digitalização no trabalho? Saberemos regenerar nossa relação com a natureza? Como será a medicina do futuro? Mesmo com todas as medidas de proteção, o vírus continuará circulando, provocando segundas, terceiras e quartas ondas, até que se tenha o que a medicina chama de imunidade de rebanho. Outra maneira de se conseguir esta imunidade da população é através da vacinação.
Mas como estão as expectativas sobre uma vacina eficaz? Os especialistas que trabalham na área de desenvolvimento de vacinas tendem a acreditar que não é provável que uma vacina eficaz contra o novo coronavírus (SARS COVID-19) esteja disponível para o público em geral antes do outono de 2021 no hemisfério norte, ou seja, não antes de meados de março.
Em um artigo publicado no Journal of General Internal Medicine, foram apresentados os resultados de uma pesquisa recente com 28 especialistas que trabalham em vacinologia. A pesquisa foi realizada no final de junho de 2020 e a maior parte dos entrevistados eram acadêmicos canadenses ou americanos, com uma média de 25 anos de experiência trabalhando na área. Os especialistas que participaram da pesquisa ofereceram previsões sobre o desenvolvimento de vacinas que, em geral, são menos otimistas do que o cronograma do início de 2021 divulgado por funcionários públicos dos EUA. Em sua grande maioria, eles parecem acreditar que uma vacina disponível publicamente no próximo verão nos Estados Unidos e Europa é o melhor cenário, com a possibilidade de que possa demorar até 2022. Independente do que diz a ciência, manter o otimismo é a chave para a felicidade. Devemos manter todos os cuidados e ter fé que muito em breve estaremos olhando para o futuro e não confinados e amedrontados com medo de novos vírus devastadores.
Ser otimista é melhor para a saúde do coração. Em um estudo com mais de 200 mil pessoas, o risco foi 35% menor de ter um infarto ou AVC em quem pensa positivo. Os cientistas combinaram o resultado de 15 pesquisas anteriores, que, juntas, somaram 229 391 voluntários, acompanhados por quase 14 anos, em média. Entre os otimistas, cardiovascular, como infarto ou derrame, foi 35% menor. Já o de morrer por qualquer causa caiu 14%. Em investigações anteriores, pessoas que viam o copo meio cheio aderiam mais a três práticas que protegem o peito: praticar exercícios físicos, comer bem e não fumar. Portanto, adote o “novo normal” para a sua vida. Seja otimista e cuide bem de sua saúde.
Dr. Rodrigo Penha de Almeida
Cardiologista e Hemodinamicista