“A interação dos velhinhos com a tecnologia que envolve celulares e computadores é contagiante, o que vem sendo comprovado nestes dias de confinamento”
Segundo o IBGE, cerca de 1 milhão e 300 mil idosos foram afastados de seus empregos e trabalhos compulsoriamente em virtude da pandemia de Covid19. Instaladas na faixa de risco, as pessoas com sessenta anos ou mais são as preferidas do vírus chinês porque, a partir dessa idade, o corpo humano (com raríssimas exceções) perde sua capacidade de combate aos microorganismos letais e infecções, sem falar na hipertensão arterial, diabetes, problemas pulmonares, etc. A idade chega e a nossa capacidade de se defender vai embora.
Diante desse quadro, obviamente, a camada da sociedade mais atingida pelo Corona foi a dos idosos, um gigantesco contingente de trabalhadores, mão de obra importante, que se recolheram. Segundo Luciana Fontes, superintendente do Centro Brasileiro de Cursos – CEBRAC -, o que preocupa mais é que mais de 5 milhões de famílias tem como sustentação financeira apenas a renda do idoso. “Em 20 por cento das famílias brasileiras, a renda do idoso representa metade da receita da casa”, ressalta Luciana.
Tecnologia Como Parceiro De Confinamento
Com o tempo e o avanço da tecnologia, as previsões vão mudando. Segundo a Organização Mundial da Saúde dentro de 5 anos seremos a sexta nação mais idosa do planeta e, para o IBGE hoje a terceira idade representa 11 por cento da população brasileira, e crescendo. Com a pandemia, a tecnologia foi, por assim, dizer, descoberta pelos idosos; o isolamento social deixa como o principal parceiro das pessoas dentro de casa os aparelhos eletrônicos, o celular principalmente e computadores.
Segundo o Centro de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação, o número de idosos conectados mais que dobrou nos últimos anos: mais de 5 milhões de vovôs e vovós utilizam a Internet. E, com a pandemia, boa parte desse batalhão descobriu a tecnologia como forma de ganha pão.
Idosos Na Onda Tecnológica
A tecnologia é uma realidade que mudou para nossos velhos recolhidos em casa por força do Covid. E não há como fugir dessa realidade, digamos, virtual, digital, onde moram os bits, bites, tera, giga, instagram, facebook, wahtsapp,etc.
Nossos velhinhos embarcaram bonito na onda tecnológica. Foi-se o tempo de pedir ajuda aos netos e filhos para manejar um celular ou computador, e a grande verdade é que a interação que essa tecnologia oferece está sendo um lenitivo sem tamanho para boa parte dos idosos em confinamento social.
Em Uberlândia, 4 CEAIS – Centros de Apoio a Idosos -, mantém escolas de informática para cerca de 200 idosos entre homens e mulheres em várias turmas (fechadas atualmente em função da pandemia). A interação dos velhinhos com a tecnologia que envolve celulares e computadores é contagiante, o que vem sendo comprovado nestes dias de confinamento.
Um Mundo De Maioria Idosa
Segundo o IBGE, dentro de 11 anos, a pirâmide populacional brasileira será invertida: a população idosa será maior que a de jovens; como a tecnologia vai acompanhar isso é outra história. A psicóloga Valmari Cristina Aranha, do Serviço de Geriatria do HC da USP, diz que os idosos estão se adaptando à tecnologia como forma de se comunicar com os netos, agendar consultas médicas e acompanhar negócios pelo celular. Neste quesito, tratar de negócios pelo celular, se já era uma realidade latente para a terceira idade, em tempos de pandemia virou necessidade. O avanço tecnológico é fatal, e não espera, torna o mundo mais acessível, encurta distâncias e facilita a comunicação entre as pessoas. Nesta pandemia, a tecnologia, mais que nunca, uniu pessoas afastadas pela distância e pelo medo de contágio; para nossos avós, ela jamais será tão bem vinda.
Orlei Moreira | Jornalista
Excelente artigo e poucos conseguem ter essa informação
correta e relevante. Obrigado e vou compartilhar no meu
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