Acompanhando a história da humanidade, podemos entender a luta para o desenvolvimento do papel da mulher. As convenções século passado ditavam que os homens eram provedores do lar enquanto as mulheres não precisavam – e não deveriam – atuar diretamente no sustento monetário de suas famílias. Com o passar dos anos, o sexo feminino buscou cada vez mais seu espaço na esfera trabalhista. Foram lutas que abriram espaço para a realidade que nos define hoje.
Acredito que a mulher do século XXI é uma personalidade atuante tanto no papel do lar como fora dele. Ela abriu o leque para as mais variadas oportunidades, como por um melhor preparo e investimento em carreiras que no passado eram realizadas somente por homens. Hoje, o mundo anda apostando em valores femininos, como a capacidade de trabalho em equipe contra o antigo individualismo, a persuasão em oposição ao autoritarismo, a cooperação no lugar da competição.
No meio médico isso não é diferente, uma vez que as mulheres estão ocupando cargos de destaque em diversos níveis. Elas são, hoje, referências nas práticas clínica e cirúrgica da profissão. São mestres e doutoras em universidades, preceptoras e professoras de acadêmicos em formação, chefes de departamentos e diretoras clínicas de hospitais de alta complexidade. Não há limite para onde elas podem chegar e o que podem fazer.
Infelizmente, a inserção da mulher no mercado de trabalho vem sendo acompanhado por elevado grau de discriminação em algumas especialidades médicas, comumente representadas por homens.
Além disso, é importante ressaltar que algumas mulheres ainda continuam sendo sobrecarregadas no papel referente ao lar. Elas ainda precisam determinar ou até mesmo negociar com os parceiros as atribuições que sempre foram consideradas femininas, como a educação e proteção do lar e dos filhos. Vemos que ainda há um universo imenso de possibilidades para o futuro.
O mundo tem evoluído e percebemos também a progressiva diminuição nas diferenças de gênero, com a remoção de barreiras de impedimento às mulheres. Acredito que cabe a cada uma de nós compreender esse processo do aumento da participação das mulheres na medicina no Brasil, visando assimilar o cenário de transições epidemiológica e demográfica, e também do crescimento de demandas e necessidades na saúde da população e tornando a presença feminina na medicina cada vez mais imprescindível.
Dra. Maria Cecilia