O professor James Heckman, da Universidade de Chicago, já era um cientista premiado com o Nobel de Economia quando começou a pesquisar sobre o impacto do investimento público na educação infantil para crianças de 0 a 5 anos. Os achados e publicações de Heckman relativos ao assunto transformaram a compreensão sobre a prosperidade das nações.
A conclusão do cientista é conhecida pela equação Heckman, a fórmula da prosperidade para as nações: investir na primeira infância, reduzir déficit e fortalecer a economia. Essa é uma verdade irrefutável que se aplica às políticas públicas. Partindo desse entendimento, a reflexão que quero deixar aos leitores é: será que é diferente com as nossas famílias?
No estudo de Perry Preschool Project, analisado pela equipe do professor Heckman, ficou claro que o esforço para dar uma melhor educação às crianças da pequena cidade de Ypsilanti, no estado de Michigan, nos Estados Unidos, em 1962, resultou em estudantes com melhores habilidades sociais e emocionais. Além disso, o estudo mostrou que essa nova condição influenciou perceptivelmente o sucesso daquelas crianças. E o mais interessante, seu colega, também da Universidade de Chicago, o Dr. Karapakula, 50 anos após o estudo original, descobriu que os filhos daquelas crianças também tinham sido influenciados, sendo mais escolarizados e melhores empregados que seus pares que não receberam os esforços na primeira infância.
Não é assombroso que os acertos ou erros na educação dos nossos filhos reflitam em condições melhores para nossos filhos e até para nossos netos? Então, por que muitos pais negligenciam essa maravilhosa fase da vida escolar dos filhos permitindo que eles fiquem sem vivenciar estímulos na escola até os 4 ou mesmo 5 anos de idade? Afinal, esse é um período importantíssimo na vida de uma pessoa, pois é quando a plasticidade neuronal moldará aquele pequeno cérebro para responder e se adaptar aos desafios e usos que lhe serão impostos.
Já sabemos que nosso país ainda não corrigiu sua rota, uma vez que continua com investimentos na educação pública abaixo do ideal e longe dos resultados possíveis e desejados. Mesmo que uma correção aconteça e uma transformação muito esperada se torne nossa realidade, é provável que as crianças de 0 a 5 anos de hoje ou que virão nos próximos 3 ou 4 anos não venham a usufruir dos benefícios.
Uma nova educação precisa surgir e já está dando seus primeiros passos. Parte deste cenário foi provocado pela nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que é conduzido pelo Ministério da Educação e desenha as diretrizes da educação no país. Entre as novidades, a BNCC incluiu no plano curricular o ensino de habilidades socioemocionais e alguns vislumbres do futuro ao inserir o pensamento computacional dentre as habilidades necessárias para os brasileiros de amanhã.
Outro passo importante que foi acelerado durante esta pandemia com a rápida adaptação ao ensino a distância. Esta nova realidade pavimentou o caminho para o ensino híbrido. Dessa forma, disciplinas que, no Ensino Médio e no Ensino Fundamental, eram trabalhadas apenas de forma presencial, agora estão sendo desenvolvidas à distância por meio de atividades e aulas em vídeos ou em grupos e ainda em salas de conversa. Assim, forçadamente, evoluímos cerca de cinco anos em oito meses.
É importante reforçar que não devemos focar apenas na educação do futuro, mas devemos pensar o que podemos fazer hoje em relação à educação infantil para fazer com que as crianças tenham um bom alicerce.
Existem esforços legítimos de boas escolas fazendo este pequeno milagre da boa educação acontecer todos os dias com acolhimento, aconchego, carinho, significado e muita sensibilidade. Escolas como o Colégio Batista Mineiro que, em seu currículo, já contempla todos os esforços atuais na formação integral do estudante, como o bilinguismo (o ensino de inglês), o socioemocional e o ensino tecnológico – não como ensinos opcionais, mas já estruturados de modo a permitir uma experiência amigável e completa de educação. E vamos um pouco além ao trazer para o dia a dia dos nossos estudantes a prática de virtudes e valores que o farão uma pessoa mais feliz e preparada para fazer a diferença na sociedade.
Ficam então dois convites. O primeiro convite é para avaliar com sinceridade se estamos fazendo o melhor investimento possível na educação dos nossos filhos – fato este que influenciará muito vida e futuro deles. O segundo é para conhecer o Colégio Batista Mineiro e suas novas instalações para a Educação Infantil – afinal, queremos preparar seu filho hoje para que ele se destaque no futuro!
Prof. Jean Silveira
Diretor do Colégio Batista Mineiro de Uberlândia
