Doença reumática é coisa da terceira idade?

No Dia Internacional do Idoso médico compartilha opinião sobre envelhecimento saudável com base em sua experiência de mais de 45 mil pacientes atendidos em 50 anos de carreira.

 O dia 1º de outubro é comemorado como o Dia Internacional do Idoso, com o objetivo de homenagear as pessoas idosas e conscientizar a sociedade sobre as suas necessidades.

A data foi estabelecida pela Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) em 14 de dezembro de 1990, e em 2003 foi criado o Estatuto do Idoso, que representou um grande avanço no sentido desta conscientização.

Dr. Carmo Gonzaga de Freitas é médico reumatologista, membro da Sociedade Brasileira de Reumatologia há mais de 50 anos. Em entrevista, compartilha a vivência de um consultório pelo qual já passaram mais de 45 mil pacientes, dos quais a maioria é idoso.

Mas, antes, ele faz uma ressalva importante: “As doenças reumáticas não são exclusivas da terceira idade! Elas podem afetar indivíduos de qualquer faixa etária, e as mais graves acometem os mais jovens”.

Ainda assim, a maioria de seus pacientes tem mais de 60 anos. E isso se deve ao fato de que as pessoas demoram para procurar ajuda, e quando procuram muitas vezes já estão debilitadas. As doenças reumáticas são uma das principais causas de afastamento do trabalho no Brasil. Estima-se que 15 milhões de brasileiros sofram de doenças reumáticas.

Questionado sobre qual é a maior causa de sofrimento dos pacientes que atende, Dr. Carmo conta que quem mais sofre são aqueles que não se cuidaram durante a vida.

“Vejo também muitas famílias querendo proteger o idoso, impedindo-o de realizar tarefas que ainda poderiam ser feitas por eles. E com isso o idoso acaba sentado na frente da televisão, o que leva à perda progressiva de massa muscular, e ao isolamento social”, diz o médico que, inclusive, é um ótimo exemplo de vida saudável, ativa e equilibrada.

Ainda segundo Dr. Carmo, sua experiência o faz concluir que a falta de motivação no idoso é uma das questões mais graves desse período da vida. “Sem motivação, a pessoa vai paralisando suas atividades e ficando cada vez mais dependente da família. Muitos relatam que se sentem um peso para os filhos, e acabam na Depressão. Nestes casos, o apoio terapêutico pode ser muito importante”, alerta o reumatologista.

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