Chanel – a mulher por trás da marca

Chanel – a mulher por trás da marca

As esferas profissionais sempre foram marcadas pela presença masculina, e na moda não é diferente. Mesmo que o mundo fashion seja estereotipado como uma área feminina, os pensadores por trás dele foram por muito tempo homens com ideais patriarcais. Gabrielle Bonheur Chanel, estilista e fundadora de uma das marcas mais valiosas da França, revolucionou o mundo da moda e fez valer a vontade das mulheres.

Chanel é uma empresa especializada em altacostura, prêt-à-porter, bens de luxo e acessórios de moda, criada em 1910. Ganhou esse nome em homenagem a Gabrielle, também conhecida carinhosamente como Coco. Apesar de não sonhar com grandes mudanças sociais, a designer tinha o desejo de levar peças mais simples, confortáveis e atemporais para o público feminino, o que gerou um grande impacto na moda mundial. “O luxo deve ser confortável, caso contrário não é luxo”, afirmava Chanel. Essa foi a época em que as mulheres deram adeus aos espartilhos e aderiram as calças, que anteriormente eram consideradas itens masculinos.

Um dos hits de sucesso criados por Coco foi o “pretinho básico”, que nada mais é que um vestido preto de cortes retos e mangas longas. Atualmente, a peça é um clássico, mas nem sempre foi assim. Naquele período a peça era considerada muito simples, mas era exatamente isso que o público feminino ansiava, deixar as roupas estruturadas e pesadas para trás.

Por mais que o sucesso tenha chegado para Chanel, a estilista ainda chocava muitos por misturar tendências de roupas femininas e masculinas.
Para ela sempre foi claro que, quanto mais básico e confortável fosse a peça, melhor seria. Pensando assim, após a 1ª Guerra Mundial, Coco começou a produzir itens inspirados nos uniformes militares, além de blazers, ternos, jaquetas, suéteres compridos.

Não é à toa que Chanel era considerada uma mulher à frente do seu tempo. Coco não se importava com o que as pessoas diziam sobre sua reputação, relacionamentos ou roupas. Ela usava e fazia o que queria, assim como na hora de criar. Gabrielle era representada em tudo que desenhava, fazendo exatamente aquilo que gostaria de usar. O que no início ninguém imaginava é que essas peçam eram exatamente o que as mulheres mais desejavam. Já dizia Coco Chanel, “a beleza começa no momento em que você decide ser você mesmo”.

Darah Gomes – Jornalista especializada em moda