Foto: Reprodução Correio do Brasil
Em 3 de setembro de 2025, Pequim sediou um desfile militar de magnitude sem precedentes, reunindo Xi Jinping, Vladimir Putin e Kim Jong-un em uma clara demonstração de força global. O evento, cuidadosamente planejado, foi descrito como um recado direto aos Estados Unidos e seus aliados, ao mesmo tempo em que reforçou a aproximação chinesa com regimes considerados parias internacionais.
De acordo com o The Guardian, o desfile apresentou sistemas de armas de última geração, incluindo a tríade nuclear da China — capacidade de lançar ogivas por terra, mar e ar —, além de drones subaquáticos semelhantes a torpedos, lasers antibalísticos e robôs quadrúpedes apelidados de “lobos-robôs”. A exibição foi interpretada como um sinal inequívoco da intenção chinesa de rivalizar com o poderio militar norte-americano.
No discurso de abertura, Xi Jinping afirmou que o mundo enfrenta uma encruzilhada entre “paz e guerra” e destacou que a China não se intimidará diante de “qualquer tipo de valentão”, em referência implícita ao Ocidente. A ausência de líderes ocidentais de peso, como dos Estados Unidos, da Europa, do Japão, da Índia e da Coreia do Sul, reforçou a divisão geopolítica em curso.
Ainda segundo o The Guardian, a presença de Putin e Kim Jong-un ao lado de Xi na Praça Tiananmen simbolizou uma convergência autoritária inédita, enquanto o desfile foi transmitido em telões por toda a capital chinesa. O jornal destacou também a reação imediata do ex-presidente norte-americano Donald Trump, que acusou os três líderes de conspirarem contra os Estados Unidos, reforçando a leitura de que o evento não se limitou a um ato comemorativo, mas se configurou como mensagem política global.