Japão – Colapso
O primeiro-ministro Shigeru Ishiba enfrenta uma crise política após sua coalizão, formada pelo Partido Liberal Democrático (LDP) e pelo Komeito, perder a maioria na Câmara dos Conselheiros, o Senado japonês, em eleição realizada em 20 de julho de 2025. Ambos os partidos somaram apenas 47 cadeiras, três a menos do que o mínimo necessário para manter o controle dos 248 assentos da casa.
A perda da maioria no Senado agrava o cenário de instabilidade, pois Ishiba já governa sem maioria na Câmara dos Deputados desde outubro de 2024. Apesar da situação, ele anunciou nesta segunda-feira, 21 de julho, que permanecerá no cargo e seguirá como primeiro-ministro e líder do LDP, segundo informações da agência Reuters.
Em coletiva de imprensa, Ishiba declarou que a continuidade de seu governo é fundamental para concluir as negociações sobre tarifas comerciais com os Estados Unidos, previstas para encerrar até 1º de agosto, além de conter o avanço da inflação no país. O premiê ressaltou a necessidade de evitar um impasse político que possa comprometer a estabilidade econômica.
O resultado eleitoral também marcou o crescimento de partidos populistas, com destaque para o Sanseito, e reforçou a pressão da oposição, que passou a demandar redução de impostos e ampliação dos gastos públicos. Líderes oposicionistas já cogitam apresentar uma moção de desconfiança contra o governo.
O mercado financeiro reagiu com valorização do iene, que subiu para 148,46 por dólar, reflexo da percepção de risco político e da incerteza quanto à condução da política econômica.
Com o governo agora sem maioria nas duas casas do Parlamento, Ishiba terá que negociar individualmente cada projeto de lei e buscar apoio externo para viabilizar medidas orçamentárias e reformas. Analistas políticos apontam para o enfraquecimento da liderança de Ishiba dentro do LDP, com possibilidade de substituição na próxima convenção partidária.
