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A matemática, muitas vezes vista como um desafio pelos estudantes, tem ganhado novos contornos dentro das escolas brasileiras por meio de iniciativas como a Olimpíada Canguru, considerada a maior competição internacional da disciplina. Em 2025, mais de 171 mil alunos brasileiros foram premiados, representando um crescimento de 24% em relação ao ano anterior. O evento é realizado em mais de 95 países e envolve mais de 6 milhões de participantes.
No Brasil, o crescimento da participação e dos resultados tem sido atribuído a uma mudança de abordagem nas instituições de ensino. Escolas que investem em metodologias inovadoras e na valorização do raciocínio lógico têm se destacado no cenário das olimpíadas estudantis.
É o caso do Colégio Sigma, em Brasília, que viu o número de medalhistas quase dobrar na edição mais recente da Olimpíada Canguru. Ao todo, 414 alunos da instituição foram premiados. Para o professor Marcelo Almeida, coordenador de Matemática do colégio, a competição vai muito além das medalhas. “O mais importante é que os alunos se sintam desafiados intelectualmente e valorizem o conhecimento. As olimpíadas criam um ambiente onde pensar é admirado”, explica.
Já na escola Maple Bear, também na capital federal, a diretora pedagógica Natália Rocha destaca a incorporação natural da competição à rotina escolar. “O que me chama atenção é como os alunos encaram as olimpíadas com leveza, como parte do cotidiano escolar. O espírito de participação supera a busca pelo pódio”, afirma. A escola adota um currículo em espiral que prioriza o desenvolvimento progressivo do raciocínio lógico desde os primeiros anos.
Mais do que um evento isolado, a Olimpíada Canguru tem provocado uma transformação no ambiente pedagógico das escolas que abraçam esse tipo de desafio. Professores repensam práticas, alunos se engajam em novas formas de aprender e a matemática passa a ser vista como ferramenta de superação e crescimento pessoal.
A preparação contínua e o estímulo ao pensamento crítico também têm refletido em outras competições. O Sigma, por exemplo, teve todas as suas seis equipes classificadas para a segunda fase da Olimpíada de Matemática da Unicamp (OMU), além de participar da primeira etapa da OBMEP com expectativas positivas.
Para educadores e gestores, os desafios impostos pelas olimpíadas revelam talentos e ensinam valores como resiliência, disciplina e autoconhecimento. “Aprender a ganhar é importante, mas aprender a lidar com o fracasso com maturidade também é uma lição valiosa”, reflete Natália Rocha.
À medida que a Olimpíada Canguru se fortalece como referência global, ela também se consolida como uma ferramenta estratégica no fortalecimento da cultura matemática nas escolas brasileiras — onde o saber é celebrado, e o esforço, reconhecido.