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Representantes de alto escalão dos Estados Unidos e da China se reuniram nesta segunda-feira em Londres para dar continuidade à nova rodada de negociações comerciais entre as duas maiores economias do mundo. A retomada do diálogo acontece sob um clima de trégua econômica firmado há 90 dias, com foco especial em temas estratégicos como minerais de terras raras, controle de exportações e a regulamentação da inteligência artificial.
Segundo reportagem da Reuters, esta é a primeira reunião presencial do recém-criado Mecanismo de Consulta Econômica EUA-China, anunciado durante o encontro de Genebra em março e formalizado em abril. A delegação americana é liderada por Scott Bessent, Secretário do Tesouro, Howard Lutnick, Secretário de Comércio, e Jamieson Greer, Representante de Comércio dos EUA. Do lado chinês, estão presentes o Vice-Primeiro-Ministro He Lifeng e o Ministro do Comércio Wang Wentao.
A Reuters destaca que o principal objetivo dos encontros é evitar uma escalada da guerra comercial que se intensificou nos últimos dois anos, afetando cadeias globais de suprimentos e ampliando a tensão sobre setores estratégicos. Um dos temas centrais é o acesso a minerais de terras raras, usados na produção de baterias, semicondutores e equipamentos militares. Washington quer garantir um fornecimento estável e menos dependente da China, enquanto Pequim busca aliviar restrições impostas pelos EUA à exportação de chips e equipamentos de alta tecnologia.
Em declarações preliminares, representantes dos dois países enfatizaram a necessidade de “gestão responsável das diferenças” e a “importância de restaurar a confiança mútua”. A Reuters informa que também estão em pauta novas regras para cooperação tecnológica, mecanismos de supervisão sobre subsídios industriais e discussões sobre tarifas recíprocas.
Fontes diplomáticas ouvidas pela agência sugerem que a expectativa é modesta: um possível “acordo de cavalheiros” ou handshake agreement, com metas de médio prazo e sem imposições imediatas. “O mais importante neste momento é manter o canal aberto e contínuo”, disse um dos negociadores americanos à Reuters, sob condição de anonimato.
As reuniões continuam ao longo da semana em sessões fechadas. O resultado dos encontros pode ter forte impacto nos mercados financeiros, no comércio internacional e na geopolítica do Indo-Pacífico.