Pediatra Lídia Mayrink orienta sobre cuidados essenciais para crianças no frio
Com a chegada do frio, aumentam os casos de doenças respiratórias entre o público infantil. Mudanças bruscas de temperatura, ambientes fechados e queda da umidade do ar formam um cenário propício para gripes, resfriados, bronquiolites e até pneumonias. A boa notícia é que, com alguns cuidados simples, é possível reforçar a imunidade e manter os pequenos mais protegidos.
Em entrevista exclusiva à Revista Soberana, a pediatra Dra. Lídia Mayrink, professora da Universidade Federal de Uberlândia e especialista em UTI neonatal, alerta para os principais riscos do inverno e orienta as famílias sobre como preservar a saúde das crianças.
Alimentação, sono e vacinas em dia
Segundo a médica, o primeiro passo é investir na base: alimentação saudável, sono adequado e hidratação. Esses três pilares ajudam a fortalecer o sistema imunológico das crianças.
“Uma criança bem alimentada, que dorme bem e toma bastante líquido tem maior resistência. Além disso, é essencial manter as vacinas em dia, como a vacina da gripe — gratuita no SUS até os seis anos — e a vacina da Covid, disponível na rede pública e particular”, explica a especialista.
Ela também recomenda higienizar o nariz dos pequenos com soro fisiológico ao retornarem da escola. “Essa prática simples ajuda a eliminar vírus e impurezas, diminuindo o risco de infecções respiratórias.”
Cuidado com os sinais de alerta
Dra. Lídia também chama atenção para os sintomas que exigem avaliação médica imediata:
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Febre persistente por mais de três dias
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Dificuldade para respirar (respiração rápida, ofegante ou superficial)
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Prostração e queda do estado geral
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Dificuldade para mamar ou beber líquidos, especialmente em bebês menores de seis meses
“Quando a gripe afeta apenas as vias aéreas superiores, os sintomas são mais leves, como nariz entupido e tosse. Mas se houver comprometimento das vias inferiores, como em casos de bronquiolite ou pneumonia, os pais vão notar cansaço e dificuldade para respirar”, alerta.
Evite ambientes fechados
Para os bebês, especialmente os menores de um ano, a médica orienta evitar ambientes aglomerados e mal ventilados. “Não é o momento de passear em shoppings. Prefira espaços ao ar livre e arejados, sempre que possível”, afirma.
Casa arejada e aquecida na medida
Outro ponto importante é o equilíbrio entre manter a casa aquecida e garantir boa ventilação. “Durante o dia, quando o sol ajuda a esquentar os ambientes, é fundamental abrir as janelas para renovar o ar. À noite, pode fechar para manter o calor, mas é importante não deixar a casa totalmente fechada por muito tempo”, explica Dra. Lídia.
Sobre a especialista
Dra. Lídia Mayrink é formada em Medicina pela Universidade Federal de Uberlândia, com residência em Pediatria e Neonatologia na UNIFESP. Possui mestrado e doutorado em Ciências da Saúde, é chefe do Departamento de Pediatria da UFU e atua também como voluntária na ONG Missão África, que realiza ações em Moçambique.