Moda em foco: Dnovaes e Alessandra Terzi debatem o poder da imagem no Culturas da Moda

A fotografia de moda sempre foi uma força silenciosa, capaz de traduzir tendências, sensações e movimentos culturais em imagens marcantes. Durante o evento Culturas da Moda, em Uberlândia, a Revista Soberana acompanhou um bate-papo inspirador entre o fotógrafo Dnovaes e a consultora de  moda Alessandra Terzi — um encontro que foi além das lentes e refletiu sobre o poder simbólico da imagem na moda contemporânea.

Desde o dia 26 de maio, Uberlândia tem sido palco de um movimento criativo que une moda e cultura em suas múltiplas formas de expressão. A proposta do evento é clara: reposicionar o fazer moda como linguagem, identidade e arte — indo muito além do consumo.

No segundo dia de programação, Dnovaes compartilhou com o público um olhar sensível e necessário sobre os bastidores da fotografia de moda. Não se tratava apenas de luz, ângulo ou enquadramento. O fotógrafo trouxe à tona o que antecede o clique: a construção de uma estética que dialoga com tempo, memória e sentimento.

“Antes da criação, existe a inspiração.” — Dnovaes

Essa frase reverberou ao longo de toda a conversa. Para Alessandra Terzi, essa pausa para inspirar-se é essencial no mundo atual, onde o fluxo visual é constante e acelerado. “Um ensaio de moda não começa na câmera”, pontua ela. “Começa no olhar, nas referências, na escuta de quem cria e de quem veste.”

Alessandra Terzi é professora na @faculdadedacostura, curadora da plataforma de moda e arte @vestmov e referência em pesquisa de imagem e memória no campo da moda brasileira e também é colunista da Revista Soberana.

A fotografia como narrativa visual

Segundo Dnovaes, a fotografia de moda hoje carrega uma responsabilidade narrativa: cada detalhe — do styling ao cenário, da pose à textura — compõe um discurso visual. E o fotógrafo, nesse contexto, precisa estar atento às camadas que compõem a moda contemporânea. “Uma boa imagem de moda não mostra apenas uma roupa”, destacou. “Ela comunica afeto, intenção e identidade.”

Alessandra complementa a visão ao afirmar que a imagem também tem o poder de capturar o espírito de uma época. A moda, por sua natureza cíclica, constantemente revisita estéticas do passado — e cabe à fotografia traduzir esse retorno com um novo olhar, ressignificando estilos, corpos e contextos.

Moda como memória e reinvenção

Durante o bate-papo, os dois convidados refletiram sobre como a moda se reinventa continuamente, e como a imagem é, muitas vezes, o ponto de partida dessa reinvenção. “A imagem condensa tempo e cultura”, afirma Alessandra. “Ela nos permite revisitar o antigo sob novas lentes, com novas vozes e narrativas.”


Agenda do Dia – Culturas da Moda continua!

A programação segue hoje com novas propostas e reflexões sobre o universo fashion. Às 17h30, Alessandra Terzi apresenta um bate-papo sobre um tema cada vez mais discutido: a diferença entre curador de moda e coletor — especialmente em tempos de brechós, acervos e moda circular.

Logo depois, o artista visual Gustavo Krelling conduz o público pela instalação Caminhos do Encantamento. E, encerrando a noite, às 20h, sete marcas da cena local sobem à passarela, provando que a moda de Uberlândia pulsa com força, originalidade e identidade.

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