O QUE PODEMOS APRENDER COM O ÁLBUM DE FIGURINHAS DA COPA?

 

E essa febre do álbum de figurinhas da Copa, hein!?

 

 

Fonte: sportinsider.com.br

 

 

Todos os anos de Copa do Mundo, crianças e adultos colecionam o tão esperado álbum de figurinhas, e hoje quero trazer algumas reflexões, de como esse álbum pode nos ajudar (e também nos atrapalhar) na educação dos pequenos.

 

  • É uma excelente forma de ensinar mais sobre países, bandeiras, línguas, culturas, futebol, competições;
  • É uma excelente ferramenta de socialização, incentivada pelas trocas de figurinhas;
  • Essas trocas ensinam o valor do dinheiro. Sai muito mais caro completar o álbum comprando, do que trocando;
  • Ensina a lidar com a frustração, porque na maior parte das vezes, os pacotinhos vem com figurinhas repetidas, e em raríssimos pacotinhos vem as figurinhas lendárias;
  • Ensina a cuidar do que é meu, e do que é do outro, porque ninguém quer um álbum feio ou figurinhas rasgadas e sujas (acompanhando meu filho em trocas, vi altíssimo graus de organização e cuidado de alguns colecionadores, como guardar as figurinhas em pasta catalogada, por exemplo);
  • É uma forma de estimular a espera pela recompensa. Os pais, que precisam que a criança melhore um comportamento em casa, podem por exemplo, negociar, que a criança só irá ganhar os pacotinhos no final de semana, se ela cumprir os combinados durante a semana, isso trabalha a espera e a gratificação. Na vida, nada é na hora que queremos;
  • Ajuda a trabalhar a ansiedade, porque para completar o álbum, você precisa ter paciência e ir fazendo as trocas;
  • É um momento de interação familiar. Vi muitas famílias trocando figurinhas juntas, nos postos de troca da cidade;
  • Estimula a negociação;
  • É uma forma de lazer.

 

 

Fonte: Correio Braziliense

 

Falei das coisas boas, agora vamos às não tão boas assim:

 

  • Assim como vi, muitas famílias unidas e estimulando os filhos, vi muitos pais fazendo essa troca pelos filhos, assumindo o papel de colecionador, e os filhos se comportando passivamente;
  • Também vi muita passividade ativa dos filhos, achando bom os pais tomarem a dianteira e ficarem só aguardando e observando;
  • Vi muitas crianças focadas só nisso e deixando de lado os estudos;
  • Vi muitas crianças ansiosas, não querendo mais trocar na disputa no bafinho e pedindo aos pais mais e mais pacotinhos;
  • Vi crianças gastando toda a sua mesada em pacotinhos, por não saber esperar;
  • Vi crianças pedindo aos pais para comprar direto no site da editora, para não ter que fazer as trocas e completar o álbum mais rápido. Isso além de perder a essência do que é colecionar, é não ensinar que a vida é cheia dessas, e que é preciso trabalhar a tolerância à frustração, e ensinar a esperar;
  • Vi crianças frustradíssimas por não conseguir vender por um valor alto, as figurinhas raras;
  • Também vi algumas crianças não querendo tocar nas figurinhas dos outros, por medo de estarem sujas, mas daí já estaríamos falando de outro assunto, que rende outro post…

 

 

Fonte: MG Super Esportes

 

Bom, espero que minhas observações sirvam para refletirmos que em tudo há o lado bom e o lado ruim, e que, enquanto cuidadores, precisamos estar atentos, ensinando, auxiliando, monitorando, mas também dando autonomia e ensinando sobre as coisas que fazem parte da vida.

 

Kátia Beal
Psicóloga – CRP 04/36616

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